Neymar e Ronaldinho - O Dunga Está Certo!

As críticas ao Dunga e a pressão para que ele leve alguns jogadores já estão passando dos limites. Parece que ninguém entende o pensamento do cara e está louquinho para que algumas ações desastrosas de técnicos passados se repitam.

Há quem diga - inclusive gente louvável da crônica esportiva – que nas seleções deve-se convocar os melhores de cada posição. Alto lá, a coisa não é bem assim. Quantos mega-elencos já foram formados com os grandes craques de uma determinada época e o resultado foi vexatório?

Que chato! É difícil compreender que o Dunga investiu na formação de um elenco que ele próprio tratou de observar, treinar, trabalhar e formar?

Quando tudo soprava contra o treinador, foram estes caras que deram a cara à tapa, e superando todas as críticas negativas ajudaram-no a conquistar uma Copa América, uma Copa das Confederações bem como uma classificação folgada à Copa da África.

E o que vós quereis cara pálidas? Que ele simplesmente desmonte todo esse trabalho sólido de 4 anos para apostar em algo completamente duvidoso? Que ele dispense jogadores que têm vingado com a camisa da seleção para dar chance a jogadores que ainda são meras promessas ou ainda pior, para gente que já provou que só sabe jogar pelos seus clubes?

Felizmente hoje a seleção tem um treinador sério e que não chegará para o Elano, para o Julio Baptista ou para algum desses jogadores que estiveram com ele e dirá: “Oh amigo, valeu por tudo aí, mas agora você fica por aqui que eu vou chamar o Ronaldinho e o Neymar pra Copa, beleza otário”?

Sem essa também de que muitos dos jogadores que certamente farão parte da lista do Dunga chegarão em fases ruins pelos seus respectivos clubes.

Pois eu pergunto: e em 2006 meus caros? Os superstars que foram à Alemanha chegaram com toda a pinta de campeões. Só estavam lá para quebrar recordes pessoais, desfilar aquele futebol circense e consequentemente conquistar a sexta Copa para o Brasil, afinal, nenhuma outra equipe no sistema solar era párea para a seleção Cirque de Soleil.

E o resultado: uma merecida e vexatória desclassificação para a equipe francesa comandada pelo maior gênio do futebol mundial das últimas décadas, Zinédine Zidane.

Vamos nos ater ao caso do Neymar: quantos craques já surgiram aqui no Brasil, mas não vingaram na Europa ou na seleção?

Se o treinador brasileiro leva o muleque para a Copa, e ele, junto com o restante da equipe decepciona, a carreira de Dunga estaria fadada ao insucesso e o Neymar ficaria com essa “mancha” em seu currículo, tendo como umas das conseqüências imediatas, seu passe desvalorizado e sua credibilidade colocada em xeque. A frase mais clássica que ouviríamos da parte da imprensa e de torcedores seria: “O Neymar pipocou! Só joga mesmo no Santos”.

Ele tem tudo e muito mais para ser um dos grandes jogadores do futebol mundial, mas querer acelerar esse processo pode ser perigoso para todas as partes (Dunga, Neymar e seleção brasileira).

Quanto ao Ronaldinho Gaúcho, que me perdoem aqueles que ainda se iludem com o seu futebol, mas não dá mais né?

Ora bolas, em 2006 ele não era “O Cara” da Copa? Não era dele que se esperava momentos que fossem entrar para a história? Não era ele quem ia mostrar ao mundo a arte do futebol brasileiro?

Àquela altura o cara era o maior jogador do mundo, despontava como uma das maiores revelações do futebol mundial desde Maradona, mas na hora de demonstrar sua verve de craque nato, ficou anos luz aquém das expectativas gerais da nação.

E agora que ele voltou a apresentar flashes pirateados do seu antigo futebol querem vê-lo com a amarelinha novamente?

Deveria o Dunga tentar a sorte e se arriscar a colocar um jogador sem qualquer entrosamento com o grupo e dispensar aqueles que estiveram com ele no pior momento, só pelo fato dele ser um craque que sequer voltou a ser sombra do que já foi?

O Ronaldinho desapareceu de forma tão meteórica quanto à que surgiu. Ele já era. Aquele jogador virtuoso, mas objetivo, forte, mas rápido, inteligente e decisivo não existe mais.

Claro que digo isso bastante desapontado, pois apesar de não ser grande fã do futebol arte, impossível não ficar embasbacado com o que o cara jogava nos tempos de Grêmio, PSG e, sobretudo vestindo a camisa do Barcelona. Mas acabou gente, isso é fato!

Acho quase impossível, mas pode ser que ele um dia ele volte a ser o grande craque que tanto encheu os olhos dos amantes do futebol, mas por enquanto, o que temos para o jantar (leia-se para a Copa), é só isso!

(Bruno Messias)