São Paulo Avança Com Cara de São Paulo

sexta-feira, 21 de maio de 2010

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Creio que o maior segredo para se conquistar uma Taça Libertadores da América seja saber dosar minuciosamente diversos fatores fundamentais.

Frieza, inteligência, raça, experiência e coletividade bem dosadas e somadas a um time bem formado e entrosado são os principais ingredientes para se "fazer" um time campeão do principal torneio sul-americano.

E é essa receita que o São Paulo parece ter reaprendido. Certo, havia uma série de deficiências até os jogos contra o Univesitario, disso não podemos nos esquecer, mas desde o início da competição tenho dito que era preciso dar tempo para o Ricardo trabalhar e acertar de vez o time.

A defesa o treinador já tinha acertado, Miranda e Alex Silva têm sido impecáveis, faltava o poder de criação do meio para frente e dos laterais, o que foi corrigido na hora exata.

É verdade que o Fernandão foi um dos principais fatores, seu jogo de estréia parecia ser o de número 100 com a camisa do Tricolor, mas não foi apenas isso que decidiu a classificação às semifinais.

Sem sombra de dúvidas, o fator de maior decisão foi a volta do vitorioso esquema 3-5-2 ao time. Finalmente - e na hora mais do que certa - o Ricardo deixou de lado sua teimosa insistência naquele fajuto 4-4-2 e o time rendeu muito mais.

Já disse em outros posts (http://masinfluencias.wordpress.com/2010/05/12/tricolor-e-3-5-2-e-ponto-final/) e volto a afirmar: qualquer técnico que dirija o São Paulo será praticamente obrigado a aceitar que nenhum outro esquema tático, que não o 3-5-2, deu certo no time desde 2004, isso já está sacramentado. As excelentes atuações de Junior César e Cicinho nessas duas partidas não me deixam mentir.

Mas outro fator de destaque foi a frieza da equipe nessas duas partidas. No primeiro jogo, o fervente e ensurdecedor Mineirão, tomado de lado a lado pelas cores azul e branca, parecia um estádio vazio para a equipe do São Paulo que jogou com frieza e inteligência louváveis, marcando um gol em cada etapa e frustrando o otimismo cruzeirense.

E uma vez construída a gorda vantagem, bastou fazer o óbvio no jogo da volta no Morumbi: esperar o time mineiro vir pra cima e se aproveitar de sua vulnerabilidade defensiva. Foi o que o Tricolor de forma inteligente fez, e sinceramente, com o Morumbi lotado e o Kleber expulso nos minutos iniciais, foi mais fácil do que o torcedor são-paulino imaginava.

O Cruzeiro que entrou nervoso ficou ainda mais perdido após o gol de Hernanes e não esboçou em nenhum momento algum poder de reação, embora tenha saído de campo com hombridade e lealdade, mesmo diante dos ensudercedores gritos de "Olé" e "Eliminado" proporcionados pela torcida tricolor desde o fim da etapa inicial.

Agora, feitas as considerações positivas, devemos ressaltar que derrotamos um adversário que sai pro jogo e deixa jogar. Se enfrentarmos o Estudiantes na próxima fase a coisa será bem diferente. E independente do adversário, pode ser o Internacional ou o Flamengo, eu persisto: dispensar o Washington é burrice!

É que ontem não precisávamos buscar o resultado e passou batido, mas houve jogadas em que ficou nítida a falta que faz um centro-avante, coisa que o Fernandão não é. O jogador que caiu como uma luva na equipe, sabe fazer gols, mas não joga como homem de área.

Sai pro jogo, marca muito bem, arma jogadas, conserva todas as características do meia que era no início de carreira. O único centro-avante que temos ainda é o Washington e dispensá-lo, além de ser muita injustiça com um cara que se entregou de corpo e alma ao time e sabe sim fazer gol, é negligência, pois repito, ainda vamos precisar muito dele.

Vê-lo formar a dupla de ataque com o Fernandão, mais do que ideal, pra mim é um sonho.
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