Uma vitória dramática, que faz jus ao ditado de que há coisas que somente acontecem com o clube. Com um gol de Jobson aos 44 minutos do segundo tempo, o Botafogo se manteve fora da zona de rebaixamento ao vencer por 3 a 2 o São Paulo, neste domingo, no Engenhão. Com o resultado, o time alvinegro permanece em 16º lugar, e o Tricolor Paulista corre o risco de perder a liderança da competição.
Até os 44 minutos da segunda etapa, o Botafogo estava na zona de rebaixamento, devido à vitória por 3 a 0 do Fluminense sobre o Sport. No entanto, o gol de Jobson mantém a equipe na 16ª posição, com os mesmos 44 pontos de Coritiba e Atlético-PR, seu próximo adversário, em Curitiba. Já o São Paulo, que permanece com 62 pontos, pode cair para o segundo lugar se o Flamengo vencer o Goiás, ainda neste domingo, no Maracanã. O Tricolor enfrenta o time esmeraldino no Serra Dourada, na próxima rodada.
Sem se importar com a alta temperatura que fazia no Rio de Janeiro, o Botafogo começou a partida imprimindo alta velocidade para cima do São Paulo. Numa disposição que nem de longe lembrava a apática atuação contra o Barueri, o Alvinegro apostava também na troca de passes para desarticular o ferrolho defensivo do adversário.
O São Paulo mal teve tempo de entrar no jogo e logo sofreu o gol. Pouco depois de o técnico Estevam Soares trocar o lado do posicionamento de seus atacantes, Jobson recebeu a bola pelo lado esquerdo, passou por Renato Silva e, da entrada da área, acertou um chute no ângulo esquerdo de Rogério Ceni, que sequer pulou, fazendo 1 a 0 aos 14 minutos.
Mas apesar da paciência e do apoio de sua torcida, pouco vistos ao longo da temporada, o Botafogo mostrou logo uma acomodação com a vantagem adquirida. Ao mesmo tempo que recuou, o São Paulo, diante da necessidade da vitória, avançou sua marcação e passou a tomar conta das ações ofensivas, seja nos contra-ataques ou bolas aéreas.
Nervoso, o Botafogo usava o recurso do chutão para afastar o perigo. Além disso, contava com a demorada reposição de bola das gandulas, que deixaram revoltado o sempre sereno técnico Ricardo Gomes. Enquanto isso, Arouca, Junior Cesar e Jorge Wagner investiam nos avanços pelo lado esquerdo, nas costas de Alessandro.
Foi num contra-ataque que o São Paulo criou sua primeira chance de perigo no primeiro tempo, aos 42 minutos. Depois de uma tentativa errada de corte de Leandro Guerreiro, Marlos avançou desde o seu campo defensivo e arriscou de fora da área, mas Jefferson voou para fazer grande defesa em seu ângulo direito.
O Botafogo, no entanto, teve uma oportunidade ainda mais clara aos 45, deixando de ir para o intervalo com uma vantagem mais confortável. Jobson recebeu passe dentro da área e, frente a frente com Rogério Ceni, chutou de forma bisonha, desperdiçando uma chance muito mais simples do que o gol que marcara no início da partida.
Mas se o Alvinegro se preocupava com o relógio, já pensando no intervalo, o São Paulo insistia no ataque, aproveitando o nervosismo e a insegurança do adversário. E logo depois de Miranda acertar a trave num chute de fora da área, Junior Cesar cruzou pelo lado esquerdo e Washington subiu mais do que Wellington para cabecear e empatar a partida, aos 50 minutos.
O segundo tempo começou com Victor Simões no lugar de Reinaldo, que novamente sentiu a coxa esquerda. Apesar da necessidade da vitória, o Botafogo mostrou displicência, e foi se aproveitando dela que o São Paulo alcançou a virada, aos 11 minutos. Após uma cobrança rápida de lateral, a defesa alvinegra cochilou e Washington recebeu. Ele rolou para Jorge Wagner, que chutou para fazer 2 a 1.
Foi então que o Botafogo acordou e logo igualou o placar. Jobson avançou pela esquerda e venceu a marcação são-paulina usando sua habilidade. Ele tocou para trás e, após confusão na área, a bola sobrou limpa para Renato, que tocou de cabeça para o gol, aos 13 minutos. Os jogadores do São Paulo reclamaram muito, pedindo impedimento, mas o zagueiro Renato Silva dava condição legal para o Alvinegro.
Já com o jogo novamente equilibrado, o Botafogo passou a ter uma vantagem importante aos 25 minutos, quando Richarlyson cometeu falta por trás em Victor Simões e, como já tinha recebido cartão amarelo, foi expulso. A esta altura, todo o Engenhão já sabia da vitória parcial do Fluminense sobre o Sport, que colocava a equipe na zona de rebaixamento. O Alvinegro passou a atuar ainda mais avançado e começou a deixar espaços para o São Paulo, que carimbou uma bola no travessão aos 29 minutos, com Hernanes.
O drama alvinegro parecia maior aos 38 minutos, quando Juninho foi expulso, mas a salvação do Botafogo veio novamente dos pés de Jobson, que recebeu lançamento, após desvio de Victor Simões, limpou um marcador, entrou cara a cara com Rogério Ceni e mandou uma bomba para o gol, aos 44 minutos, garantindo a vitória. Na comemoração, o atacante tirou a camisa e foi expulso, assim como Rodrigo Dantas, por falta violenta em Zé Luis já nos descontos.
Ficha técnica:
BOTAFOGO 3 x 2 SÃO PAULO | |
Jefferson, Alessandro, Juninho, Wellington e Diego; Leandro Guerreiro, Fahel (Rodrigo Dantas), Lucio Flavio e Renato (Jônatas); Jobson e Reinaldo (Victor Simões). | Rogério Ceni, Renato Silva, Richarlyson e Miranda; Adrián González (Wellington), Arouca (Zé Luis), Hernanes, Marlos (Henrique), Jorge Wagner e Junior Cesar; Washington. |
Técnico: Estevam Soares. | Técnico: Ricardo Gomes. |
Gols: Jobson, aos 14, e Washington, aos 50 minutos do primeiro tempo; Jorge Wagner, aos 11, Renato, aos 13, Jobson, aos 44 minutos do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Renato, Jobson, Wellington (Botafogo); Renato Silva, Richarlyson, Arouca, Miranda (São Paulo). Cartões vermelhos: Juninho, Jobson, Rodrigo Dantas (Botafogo); Richarlyson (São Paulo). Público: 26.513 presentes. Renda: R$ 270.536,00. | |
Estádio: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ). Data: 22/11/2009. Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF). Auxiliares: Altemir Hausmann (Fifa/RS) e Alessandro Rocha de Matos (Fifa/BA). |
Nenhum comentário:
Postar um comentário